Como é doloroso ouvir a notícia de que alguém que amamos tem uma doença terminal ou se foi. Se já é difícil para adultos encararem essa situação, imagine para uma criança o quão doloroso isso pode ser.
Como lidar com um dilema destes e como conversar sobre o assunto com as crianças? A Palavra de Deus é suficiente e nela devemos nos firmar para enfrentar estas e quaisquer outras situações.
Diante de toda circunstância, é preciso encontrar a Graça de Deus.
Mas a dor nos cega… Olhamos para a tempestade e nos esquecemos do que está para além dela. E precisamos ir mais adiante, firmadas na esperança de que há uma perspectiva diferente à frente, e que o hoje, o agora, tudo isso vai passar!
QUANDO FALTAM PALAVRAS
Mas como agir? O que dizer ou não dizer? Como é difícil escolher as palavras… Quantas vezes nem sabemos o que falar?
Se você é amiga de uma família que está enfrentando dias cinzentos, além de palavras, muitos gestos podem trazer alívio: uma visita, um mimo, um pão, um pedaço de bolo, um prato de sopa, uma mudinha de planta…
Até mesmo ajudar nas tarefas de casa, numa faxina ou operando a máquina de lavar… E quando um dos pais é que está doente, como é importante dar atenção às crianças! Uma caminhada na pracinha, uma tarde de pipoca e filme… Coisas simples distraem os pequenos e permitem que os adultos se concentrem no enfermo e nos desdobramentos que advêm nesses acontecimentos.
A VERDADE É NECESSÁRIA
As crianças não devem ser enganadas e mentir jamais é opção. Ao conversar com elas é preciso lembrar e considerar sua maturidade, adequando a linguagem, a profundidade das explicações, falando com clareza para não arriscar perder a confiança delas.
Crianças não são tolas e, de maneira geral, as subestimamos.
É preciso explicar na medida do entendimento de cada uma delas o que está acontecendo. É importante ensiná-las, na Palavra, que Deus tem todo o controle (Salmos 135.5), que há valor na intercessão (Tiago 5.16), que devemos orar sempre (1 Tessalonicenses 5.17) e que Deus tem poder para curar (Salmos 30.2).
É imprescindível saciar a curiosidade delas com respostas e nessas condições, especificamente, não permitir que mitos sejam criados em suas mentes, como por exemplo a ideia equivocada de que alguém está padecendo por não ter fé em Deus, ou que Ele não é bom e nem forte.
Deus também está no sofrimento!
E Nele habita toda a sabedoria, então devemos pedir a Ele que nos conceda, a porção que precisamos, o entendimento para compreender e suportar as adversidades e ajudar nossos familiares e pessoas próximas também.
Se para nós adultos é duro enxergar a vontade de Deus boa, agradável e perfeita (Romanos 12.2) no meio da aflição, imagine para as crianças?
TIRANDO LIÇÕES DAS DIFICULDADES
No entanto, é nosso papel ajudá-las a aprender valiosas lições como o quão mais importante, diante de uma doença, por exemplo, é buscar o Deus que cura do que a cura em si. O nosso alvo primeiro não deve ser outro senão conhecer Cristo. (Filipenses 3.10)
E conhecer Cristo implica experimentar dor, carregar, como Paulo escreveu, as marcas do Senhor (Gálatas 6.17) para que Deus seja conhecido e glorificado.
Na prática, uma boa maneira de tratar desses assuntos com os pequenos é no frugal: na observação da noite escura, que pode dar medo, mas que logo se torna manhã ensolarada; ou do temporal, que é seguido de um arco-íris… Ou no exemplo da semente plantada no solo, enterrada sozinha no escuro, que brota e vira uma árvore.
É primordial, enfim, apontar o porvir!
É essencial ensinar que todas as coisas cooperam juntas para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8.28). Todas as coisas! As boas e as ruins…
Todos nós precisamos aprender que Deus é poderoso e que pode, de acordo com o Seu querer, curar ou não alguém. E que tudo, de um jeito ou de outro, faz parte de um propósito que Ele desenhou.
Quando alguém é curado, quando acontece um milagre, isto estava dentro do plano de Deus.
Quando a cura não vem, da mesma forma, e ainda porque o poder Dele também se manifesta nas fraquezas (2 Coríntios 12.9).
Mesmo na morte, quando o Senhor recolhe alguém, é preciso apontar a esperança que há na eternidade, onde não haverá mais morte, choro, dor (Apocalipse 21.4). É vital ensinar que há algo muito melhor do que o que experimentamos deste lado da existência.
No livro de Tiago, no capítulo 1, aprendemos sobre como devemos encarar momentos desafiadores com alegria, na certeza de que estas experiências produzem em nós perseverança. E para tanto, precisamos estar firmadas nas promessas de Deus, nas coisas que não vemos, vivendo por fé e não por vista, como as Escrituras nos instruem (2 Coríntios 5.7).
Jesus afirmou claramente que no mundo teríamos aflições (João 16.33), observe que no plural, e Ele não disse que uma faixa etária ou outra não seria afetada. Também não limitou uma parcela da população para ser vitoriosa com Ele! E esta é uma maravilhosa notícia! Nela precisamos nos agarrar!
Portanto, dos mais velhos aos mais jovens, todos carecemos gravar em nossos corações a confiança no Deus Soberano, entregando nossas vidas, nossas expectativas quanto ao amanhã, nas mãos Dele que é fiel e justo, que sempre faz infinitamente mais e assim descansar mesmo em meio à dor.
Analuppe Cavalcanti é esposa, mãe, dentista, líder da EBD infantil da IBAJ em BH, onde também auxilia no ministério de mulheres e no clube de leitura. Pós graduada em teologia bíblica.
Uma resposta em “Doença e luto. Uma conversa com os pequenos.”
Olá Cidinha! Ajude seu filho a conhecer Deus! Esta é a chave para esclarecer a dúvida dele. Conhecendo Deus e entendendo que Ele tem propósitos, compreendemos que o Senhor permite o mal a fim de manifestar Sua glória e poder. Lembre ao seu filho de que Jesus veio a nós, morreu uma morte de cruz, carregando sobre si nossos males, nossos pecados, de tal forma que ainda que soframos algo nesta vida, a maior parte da dor Ele mesmo já sofreu em nosso lugar. Que Deus te abençoe, Analuppe.