“- Deus querido! Eu não tenho paz! Mais um dia findando, estou frustrada, cansada, esgotada, mas venci… Vou dormir porque amanhã tudo começa novamente e é isso que temos e pronto!”
Reconhece alguém nesse discurso? Talvez você se identifique ou lembre-se de alguém próximo… Mas será que todos os dias têm de terminar assim? Com esse desapontamento?
Estamos sujeitas, diariamente, a preocupações, lutas, dores… Quantas enfermidades, quantos medos…Podemos ser envolvidas mesmo em pensamentos que, ainda que não se materializem, permanecendo no plano das ideias, poderão fazer grandes estragos em nossas vidas.
Algumas situações podemos controlar, outras não… E diante disso tudo, especialmente do inesperado, só o que podemos moldar, são nossas reações. A maneira como reagimos à vida, esta sim podemos administrar! Podemos olhar as circunstâncias, analisá-las à luz das Escrituras e então tomar atitudes acertadas.Se o crivo é a Palavra de Deus, é preciso estar cheia do Seu conhecimento.
“Esta é a lei, isto é, os decretos e as ordenanças, que o Senhor, o seu Deus ordenou que eu lhes ensinasse, para que vocês os cumpram na terra para a qual estão indo para dela tomar posse. Desse modo vocês, seus filhos e seus netos temerão ao Senhor, o seu Deus, e obedecerão a todos os seus decretos mandamentos, que eu lhes ordeno, todos os dias da sua vida, para que tenham vida longa.” Deuteronômio 6.1-2
Repare neste trecho da Palavra: há uma promessa de vida longa, para mães e para filhos.
Qual é a imagem que vem à sua mente quando você pensa em vida longa? Uma vida feliz? E qual é o seu conceito de felicidade? Será que não tem a ver com agradar vontades, suas e da sua família, satisfazer desejos sem fim?
Talvez seja esse o problema: a nossa vontade não tem fim! Pense comigo num simples tópico, simples no sentido de ser comum a qualquer ser humano: a questão da aparência e se as nossas vontades estiverem alicerçadas nela.
Pense primeiro no seu filho: é bem provável que olhando-se no espelho, todos os dias ele queira mudar algo em si, ainda mais em algumas fases como na adolescência. Uma espinha que apareceu, o cabelo que perdeu o corte ou a cor que ele quer aplicar. Realmente não é muito fácil lidar com todas as mudanças: a desproporção entre braços e o corpo, a voz oscilante dos meninos, os seios que crescem e as meninas se encurvam envergonhadas…
E quanto a nós, mamães? Nós nos olhamos no espelho e estamos envelhecendo, engordando, não temos o mesmo tônus muscular, o mesmo vigor…
Em cada uma das estações da vida é fácil se enredar em descontentamento e comparação, principalmente, se o material com que nos enchemos, frequentemente for qualquer fonte que não a Palavra de Deus.
Se não tivermos o conhecimento e vivência, por exemplo, de que fomos criadas maravilhosamente (Salmos 139), se não soubermos o quão valiosas e amadas somos, tudo que veremos em nós serão as imperfeições mesmo. E nossos defeitos são reais, somos mesmo imperfeitas!
E não será consumindo este ou aquele produto que nos sentiremos plenas… Coisas não são suficiente! Se nossos influenciadores forem sites de moda e beleza correremos o risco de jamais nos sentirmos aceitáveis, porque modismos passam, são tendências…
A sensação de insuficiência abre portas para sentimentos como o medo da rejeição.
Seu filho se sentindo insuficiente pode se retrair, ou querer e exigir mais de você…
Você, por sua vez, pode passar a se sentir menos capaz por não conseguir satisfazer os desejos do seu filho, fazendo-o filho feliz e aí, talvez, queira resolver do seu jeito: buscando mais, trabalhando mais, correndo mais, mas provavelmente, se ausentando mais também, sacrificando relações, pessoas, sua dignidade, sua saúde…
E por mais que você se esforce, não será ainda suficiente…
Seu filho vai olhar para os lados e perceber que há mais para alcançar! E porque estará enredado nesta busca, vai se entristecer vez em quando…
E cada vez que isto acontecer, você vai se sentir culpada… Você vai achar que não é boa mãe… Que boa era sua avó com dezessete filhos. Você, com apenas três, tem sido um fiasco. Mentira! Não permita que a comparação seja seu algoz!
Mas e agora?
ORDEM EM MEIO AO CAOS
Reconhecendo toda essa situação que parece perdida, com tantos cacos que parecem impossíveis de serem ajuntados… O que fazer?
Pode ser que até agora o panorama pareça caótico e talvez você não veja solução.
Então quero te lembrar que quando tudo era caos, Deus já existia. E ao Seu comando, tudo foi posto em ordem! E tudo ficou muito bom!
Toda a criação necessita desesperadamente da redenção oferecida por Jesus na cruz. E isso abrange o seu coração e o dos seus filhos também, mamãe.
Todos nós precisamos refletir sobre nossas atitudes… Como é que elas apontam para nossa tendência a pecar, amando qualquer coisa ou pessoa, mais do que a Deus; pensando mais em nós mesmas e na satisfação de nossos anseios do que no próximo; sendo incapazes, no fim das contas, de experimentar ter corações e mentes em paz.
Olhar para dentro de nós nunca é fácil! E considerando a Palavra de Deus, vai nos trazer mais confronto do que conforto, ser trabalhoso e nos levar a fazer escolhas, mudar posturas e acima de tudo reconhecer que só há vida plena onde Deus é o Senhor.
É necessário compreender a obra de Cristo na cruz. Crer que a cruz que Jesus escolheu carregar, em nosso lugar, nos reconciliou com Ele mesmo e por isto podemos nos achegar a um Deus que mesmo tendo todo o poder e não precisando de nós, em hipótese alguma, nos chama pra perto e deseja que nos deleitemos Nele. É preciso entregar nossos corações ao Senhor, submetendo tudo em nós ao senhorio Dele, o Único capaz de colocar as coisas nos seus devidos lugares. (Nós, muitas vezes, não conseguimos entender nem as coisas, muito menos os seus lugares.)
“Pois o amor de Cristo nos domina, porque reconhecemos isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” 2 Coríntios 5.14-15
Para que houvesse vida, Jesus morreu na cruz. Para que vivamos, precisamos crer e experimentar este Amor. Precisamos permitir que ele nos preencha, ou melhor, que nos domine.
É assim que teremos paz…
Paz com Deus, mas também para conviver nas nossas outras relações, com filhos, esposos, parentes, amigos…
E paz para descansar diante das situações onde hoje não conseguimos enxergar a possibilidade dela vir a acontecer.
Paz, para sustentadas no amor de Deus, aguardar pelo tempo certo, crendo que o Senhor tudo vê e ao Seu tempo proverá!
Que Deus te abençoe!
Analuppe Cavalcanti é a nossa correspondente da categoria “Maternidade Redimida”. Ela conduz o ministério @filii.ensinandoaosfilhos.
Uma resposta em “(In)Satisfação e (In)felicidade”
Muito edificante! Obrigada