Padrão de feminilidade? Que fardo!

O ministério de mulheres me ensinou sobre o amor que Deus tem pela diversidade.

Aprendi que não se trata de um modelo a ser seguido, ou uma caixinha com limites estreitos em que todas as mulheres têm que caber. Dizer que uma mulher precisa seguir uma lista de coisas para ser a mulher que Deus quer que ela seja, coloca um jugo pesado sobre as nossas irmãs.

Essa palavra jugo aparece lá em Mateus 11.30, quando o Senhor Jesus fala que seu fardo é leve e o seu jugo suave. Jugo vem do grego zugos (ζυγος), que está ligada a ideia de mandamentos, de ensino. Nessa passagem o jugo de Jesus – suave – é contrastado com o jugo dos fariseus – que era pesado e até mesmo distorcido.

Ainda hoje continuamos a receber jugo pesado sobre o feminino. Homens e mulheres pregando que existe apenas um padrão, uma única forma de pensar, de falar, de se vestir e de agir para ser aceita não apenas pela igreja, mas por Deus! E caso você não siga a tal lista padronizada, estará inapta a ser chamada de valorosa ou de edificadora. Que fardo!

Por isso bato na tecla repetidas vezes: vai estudar a Bíblia, mulher!!

Quando vamos às escrituras, podemos ver a beleza da diversidade criada por Deus -inclusive no feminino. Deus nos fez diferentes, com dons, talentos, habilidades, gostos, formas, vontades distintas.

Se olharmos para Eva, temos ali uma mulher que, junto a Adão, desbravaria o mundo. Eva precisaria começar do zero inúmeras tarefas que não existiam, inclusive a tarefa de ser mãe, sem alguém em quem se espelhar ou pedir conselhos. Ela precisava ser forte e corajosa. Não a vejo como uma mulher que fala baixinho, anda suavemente, canta músicas da Branca de Neve e permanece maquiada. Eva precisava ser o que Deus a chamou para ser e isso não a tornou menos mulher, nem a tornou um padrão a ser seguido.

Um pouco mais a frente, podemos ver Sara, esposa de Abraão, uma mulher que, diferente de Eva, era rodeada por outras mulheres com filhos, mas cujo ventre era estéril. Ela teve que viver com essa frustração e dor por quase cem anos. Apenas em sua velhice pôde ser agraciada com a maternidade e descobriu outra face do que era ser mulher, idosa e mãe. Imagino Sara com marcas profundas em seu coração, com dores e sofrimentos, mas também com alegria e confiança em Deus. Sara glorificou a Deus do jeito que ela era.

Fora da maternidade, vemos Débora, a única juíza de Israel. Quando falamos de Débora, eu não a vejo num vestido engomado e cabelos escovados, usando adornos femininos e tomando chá com biscoitos… Débora traz à minha mente uma guerreira! Os juízes eram aqueles que comandavam e lutavam pelo povo. Débora não deixou o feminino para ser o que era. Ela tinha deveres, ela tinha responsabilidades que extrapolavam o lar, ela tinha um trabalho. Deus deu a ela a habilidade de lidar com a sua feminilidade e ao mesmo tempo conduzir um povo, o povo dele.

Houve também Ester, a rainha, que diferente de Débora, não teve que sair para uma guerra física, mas teve que enfrentar uma guerra não só pessoal, mas emocional. Deus usou a beleza de Ester para que ela fosse rainha, mas foi o seu coração corajoso que fez a diferença. Ela colocou a própria vida em risco em favor do seu povo, do povo de Deus. Imagino Ester linda como a Bíblia a descreve, delicada e cheia de talentos, mas consigo ver também uma mulher determinada, que sabia se posicionar e que cria imensamente em Deus.

O que dizer de Maria, irmã de Marta? Uma mulher que pausa toda a sua obrigação doméstica, todo o seu compromisso com a hospitalidade e se coloca aos pés de Jesus, como uma discípula pronta para aprender… Imagino Maria alegre, falante, cheia de sonhos e vontades, uma jovem sedenta por Jesus. Ela não é menos mulher por querer aprender e entender teologia. Maria glorifica a Deus quando escolhe a melhor parte: os pés do Senhor.

Não consigo imaginar Eva, Ester, Sara, Rute, Abigail, Lydia, Marta, Maria ou qualquer outra mulher das Escrituras sendo iguais, falando da mesma forma, agindo da mesma maneira ou usando laços de fita no pescoço para parecerem mais femininas ou aprendendo a como se vestirem para serem aceitas pelo Senhor.

A única grande semelhança entre elas é que elas tinham os seus corações entregues a Deus. É esse o elo que as une e que nos une a elas. É o fato de crermos em Deus é que nos move a cumprirmos o nosso chamado, a nossa vocação e o nosso desígnio nessa terra. Tudo para que o nome Dele seja glorificado.

“A única grande semelhança entre elas é que elas tinham os seus corações entregues a Deus. É esse o elo que as une e que nos une a elas.”

As mulheres da Bíblia podem até te inspirar, mas não estão ali para serem imitadas. Aquelas mulheres também eram pecadoras e necessitavam da graça de Deus, assim como nós.

Não há um padrão humano sobre como ser uma mulher de Deus. Existe um padrão divino: o Senhor Jesus. E à medida que você o conhece, à medida em que aprende sobre o seu caráter, compaixão e amor, você vai sendo moldada, de forma que você passa a praticar Colossenses 3.23, fazendo tudo como para Ele – do vestir ao falar, do trabalhar ao amar… Ser uma mulher de Deus é sobre o seu interior, não sobre o seu exterior.

Para que você não caia no engano e seja levada por qualquer vento de doutrina, se faça um favor: LEIA A BÍBLIA! E não se esqueça do que Jesus nos disse em Mateus 11.30 “o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”

Gostou desse post?

Compartilhe no Facebook
Envie para seus amigos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *