Como você definiria maternidade? Uma escolha? Sim! Mas não das mais simples.
Um chamado? Certamente!
Um chamado de obediência ao Senhor para toda a vida. Uma vocação divina.
Desde sempre, mães são as figuras capazes de fazer coisas que ninguém mais faria, especialmente por seus filhos, e ainda assim, assumir outros tantos papéis. Mesmo dentro do seu núcleo familiar, no cuidado dispensado apenas às suas crianças, as mães exercem grande influência na sociedade, pois o resultado de seu trabalho em casa pode ecoar por gerações.
Veja em 2 Timóteo 3.14-15:
“Quanto a você, permaneça naquilo que aprendeu e em que acredita firmemente, sabendo de quem você o aprendeu e que, desde a infância, você conhece as sagradas letras, que podem torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.”
Paulo está dizendo a Timóteo que uma das maneiras de fortalecer sua fé e permanecer firme é guardar as Escrituras, lembrando de quem ele as aprendeu, sendo este o caminho da sabedoria e da salvação.Sabemos que Timóteo foi instruído por Loide e Eunice, suas avó e mãe, respectivamente, (2 Timóteo 1.5).
Mas, e se Loide e Eunice não tivessem assumido essa vocação? Se, como tantas mulheres, elas tivessem se recusado a serem como mãos de Jesus educando Timóteo? De quem este teria aprendido? Como Deus teria sido glorificado na vida de Timóteo?
A maternidade pode ser assustadora como toda novidade. Por mais que estudemos, pesquisemos, façamos cursos nos preparando para esta estação da vida, sempre teremos peculiaridades e singularidades nas histórias das mães e seus filhos. Nem sempre as coisas vão acontecer exatamente como nos ensinaram. E não! Aquilo que nos vendem nos sites e perfis de influenciadoras sobre maternidade, todo o glamour e perfeição, pode não corresponder à nossa realidade.
Dias menos fáceis, lágrimas, cansaço fazem parte da vida real, mas mães de muitos filhos e bem mais experientes atestam alegrias várias e amar a maternidade, e ainda sentirem-se privilegiadas.
Como é possível? Olhando para a maternidade como Deus olha! Com toda a nossa limitação, Deus nos permite entender, a perspectiva Dele sobre criação de filhos: Deus que tudo criou, criou as mães. E os filhos, sejam naturais ou não, refiro-me aqui às vidas que Ele nos confiou, foram sonhados por Deus muito antes de sua concepção. Deus amou essas criaturas de tal forma que não conseguimos mensurar, planejando em detalhes suas características físicas até cada um de seus dias e colocou-as sob nosso cuidado. Então, a maternidade não é obra do acaso.
Entendendo-a assim, percebemos que seu propósito é também o propósito do cristão: conhecer Deus e glorificá-lo! E esta deve ser a maior esperança para os filhos. É para isto que mães existem! E filhos também!
A maternidade também precisa refletir Deus e por isto, muitas vezes, é tão dura: porque além de nossas fragilidades e frustrações, o pecado é real em nós e então temos dificuldades em imitar o padrão divino e nos doarmos como Ele faz por nós.
1 João 3.16 lemos: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos.”
Então a maternidade pode ser usada por Deus para nos aperfeiçoar. E se nos dedicarmos plenamente – dando a vida – estaremos posicionadas onde o Senhor nos quer e conheceremos o amor. Percebemos assim que é preciso ir além, há um propósito maior, para além do caos e agitação de um dia comum em família. Entendemos que é preciso repensar as atividades, a organização do tempo, todas as escolhas, para que tudo coopere para que os filhos estejam mais perto de Deus, ainda que isto nos custe deixar nosso conforto e descanso, e sair de casa mais cedo no Domingo, para participar da Escola Bíblica, por exemplo.
O padrão divino de mãe de sucesso pode não ser o nosso padrão da atualidade. Ter sucesso como mãe cristã é levar os filhos a se parecerem mais com Cristo. Nossa maior preocupação enquanto cristãos é sempre com a eternidade, com a herança que não perece, com o tesouro que não se perde e precisamos instruir as crianças neste caminho. Precisamos ensiná-las de tal forma que vindo os dias cada vez mais difíceis, mesmo que elas sejam perseguidas e venham a sofrer por causa do Evangelho, estejam firmadas e prossigam na presença do Senhor.
É uma tarefa fácil? Não! Vamos falhar algumas vezes? Sim! Vamos perceber que somos limitadas, insuficientes… Não somos perfeitas! E percebendo tudo isso, podemos escolher depender, cada vez mais, de Deus e buscá-Lo ainda mais. Aliás, se não tivermos um relacionamento neste nível com o Senhor, como vamos levar nossos filhos a se aproximarem de Deus? Com o auxílio do Espírito Santo, devemos ser intencionais sobre como vivemos e permitir que Deus nos ensine e nos treine para que possamos ensinar e treinar nossos filhos.
Os tempos não são fáceis e os dias se tornarão mais sombrios à medida em que se aproxima o fim. Precisamos cuidar que as crianças não se acostumem a este mundo e se sintam bem nele. E nos amoldar aos padrões é sempre mais fácil do que ser diferente, do que ser como estrangeiro. Os filhos, à medida que amadurecem, farão suas próprias escolhas. Não temos garantia de que essas escolhas serão as nossas. Mas teremos paz, certamente, se tivermos investido todo o possível para ensiná-los no Caminho em que devem andar.
Precisamos ser exemplo! Quanto menores eles forem, mais dependerão do nosso modelo. Se queremos ter filhos que amam o Senhor, que leem a Bíblia, que oram, que servem a Deus, precisamos inspirá-los! Eles aprendem mais nos copiando do que com nossos discursos sobre o que é melhor para eles ou o que devem fazer ou não. Para transbordar Deus, precisamos primeiramente nos encher Dele.
Em alguns dias, teremos mais tranquilidade para meditar na Palavra e orar. Em outros, faremos nosso devocional em meio ao cuidado com um filho ou preparando uma refeição. Mas busque o Senhor! Aproveite as oportunidades para encher-se de Deus!
CONFIE! DEUS ESTÁ VENDO.
Deus está vendo! E vendo tudo! Não se preocupe, pelo contrário, alegre-se! Em meio à maternidade e todas as suas alegrias e desafios, o Senhor está! Ele está sempre, até naqueles momentos em que ninguém está, em que a solidão parece ser a única companhia, numa noite velando o sono do filho doente, num dia mais cansativo… Deus está lá! Cuidando para que tudo coopere para o bem de uma mãe que O teme, provendo todo o necessário, torcendo para que sejamos fortes e corajosas e acima de tudo pronto para nos perdoar!
Em Isaías 40.11 está escrito: “Como pastor, ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os carregará no colo; as que amamentam ele guiará mansamente.”
Deus está cuidando! Sendo o nosso Pastor, zela pelo seu povo, o seu rebanho; guarda os filhos, carregando-os e trazendo-os para perto de Si, e ainda dá direção às mães, ajudando-as com ternura.
Confie em Deus! Em 1 Pedro 5.7, somos convidadas a lançar nossa ansiedade sobre o Senhor, sabendo que Ele cuida de nós. Portanto, Ele sabe o que acontece e se importa conosco e com nossa família.
Em relação à maternidade, o Senhor está dizendo que não nos criou para carregá-la na força de nossos braços.
E prosseguindo na leitura, até o versículo 11, aprendemos que:
– não é sobre nossa força que seremos vitoriosas, mas há um cuidado com nossa postura e vigilância que precisamos assumir (verso 8),
– que temos um inimigo à espreita (verso 9), que brada e anda à caça, e ao qual precisamos resistir (verso 10), assim como outras mulheres,
– mas há uma promessa: de que depois de um tempo de dor, de termos sofrido por um período que vai passar, o Deus de toda a graça nos aperfeiçoará, firmará, fortificará e fundamentará (verso 11).
Deus está no controle de tudo, conhecendo nossas vidas muito mais do que conseguimos entender, e enquanto caminhamos em obediência a Ele, temos a oportunidade de ver um pouco do muito que Ele faz em nossas vidas e lares.
Há Graça na maternidade se fundamenta nisto, na certeza do cuidado de Deus sobre mães, de filhos naturais ou não, cuidado expressado em amor, provisão, perdão e paz… Na convicção de que em cada desafio ou momento de alegria, o Senhor ali está e que sendo a maternidade um chamado, um sonho do próprio Deus, há uma garantia de vitória conquistada na cruz por Jesus!
Que o Senhor seja glorificado através das vidas de mães e seus filhos, então!
AUTORA: ANALUPPE CAVALCANTI
IG: @filii.ensinandoaosfilhos
2 respostas em “Maternidade: onde está a graça?”
Ensinamentos que nos fortalecem! Obrigada Ana
Glória a Deus que nos move e direciona no exercício da maternidade. Que Jesus seja o centro da nossa vida e da vida de nossos filhos.